O WordPress foi muito criativo, ao incentivar os novos membros de sua comunidade a usar (logo) o espaço que dá.
Para quem não se lembra, ou nunca criou um blog aqui, começa assim: aparece como título da nova página algo como “apenas mais um blog”.
Um incentivo à criação de conteúdo, bem pensado. E na forma de um desafio, uma provocação, até, aproveitando-se do instinto de diferenciação do tal do Homo sapiens. Que como várias outras espécies decidiu que marcar território é uma boa estratégia de sucesso na seleção natural.
Por exemplo, urinando no perímetro. Aquele cheiro, único para cada indivíduo (é o que parece), sinaliza os limites de seu domínio – individualizando-o.
A diferença é que os membros de nossa espécie também gostam de marcar território na mente de seus “iguais”. Urinando idéias em redor. Deixando sua marca na mente alheia. Individualizando-se.
E fazendo com que sejamos todos únicos.
Uma multidão de únicos. Multidão, massa anônima, numerada, estatisticamente estimada – mas ainda assim de únicos. De idéias* únicas. De sentimentos únicos. De experiências únicas.
Vidas únicas.
E eu, apenas mais um, peço licença para engrossar, insignificantemente, a multidão. Anônimo, numerado, óbvio, comum. Infinitesimal.
Mas único.
Com sua licença…
*Assim mesmo, em flagrante delito contra a Nova Ordem Ortográfica. Hasteando o acento da idéia, arvorando-o como símbolo do que ela nos deu: a própria essência do que é ser humano.